Ao contrário do que o título em português possa sugerir, este filme não tem nada a ver com o clássico de Hitchcock mas sim com telemóveis (cell phones) e é uma adaptação de um livro de Stephen King.
No terminal de chegadas de um aeroporto, o novelista gráfico Clay Riddell tenta encontrar uma tomada disponível onde carregar o telemóvel, sem sucesso. 90% das pessoas (ou mais) estão a falar ao telemóvel ou ligadas a algum dispositivo wi-fi.
De repente, um impulso electrónico (?) afecta todas as pessoas “ligadas”, transformando-as em monstros raivosos e assassinos que atacam os “não ligados”. Isto é, mais um filme sobre zombies-vivos e, como sempre, estes zombies-vivos só atacam os “não infectados”. Pergunto-me, depois de ver milhentos filmes destes, porque é que não se atacam uns aos outros também? Mas neste caso parece que as pessoas afectadas pelo impulso começam a agir em “mente de colmeia” para destruir a sociedade. Porquê? Boa pergunta. O filme nunca explica e eu também não me ponho a especular (embora tenha algumas suspeitas).
À medida que os sobreviventes deste mundo pós-apocalíptico tentam escapar aos “phoners” (nome que dão aos afectados), apercebem-se de que estes evoluem e já não precisam de dispositivos electrónicos para “infectar” os outros. O seu líder parece ser precisamente o protagonista do romance gráfico (BD) de Clay Riddell, sem que este tenha nada a ver com isso (o que não deixa de ser estranhíssimo).
Ora, eu já estou a ficar farta de filmes em que uma personagem adquire vida própria (literalmente) e estou ainda mais farta de filmes que não dão explicações, nem plausíveis nem implausíveis.
Não li o livro, embora não seja difícil imaginar de onde Stephen King tirou a ideia de “zombies” agarrados ao telemóvel. É uma premissa interessante e não sei se o livro a desenvolve num todo coerente, mas “Cell” esqueceu-se desse “pormenor”. Nunca sabemos quem controla os “phoners” (ou quem está por trás do personagem que ganha vida própria), nem o que eles querem e porquê. Simplesmente é apresentado assim, os “phoners” parecem tomar conta do mundo e nunca sabemos o que realmente aconteceu ou está a acontecer. Tudo isto é muito frustrante e mais do que sobejam filmes semelhantes em enredo e muito melhores em execução. “Cell” é para esquecer.
11 em 20
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