domingo, 17 de julho de 2022

The 5th Wave / A 5ª Vaga (2016)

[contém spoilers]

Invasão alienígena do tipo “Guerra dos Mundos”. Os extraterrestres chegam, não dizem nada, querem destruir a humanidade para ficar com o planeta. Um impulso electro-magnético acaba com a electricidade e os transportes. Terramotos e tsunamis, provocados pelos extraterrestres, dizimam grande parte da população. O vírus da gripe das aves, modificado (agora já sabemos quem foi!), mata muito mais. Estas são três vagas de destruição. Há uma quarta mas não me lembro do que foi. Chegamos então à 5ª vaga, em que os extraterrestres estão a tentar eliminar os sobreviventes um a um, “como baratas resistentes”, diz a heroína Cassie Sullivan (Chloë Grace Moretz, a última “Carrie”).
Até este momento, o filme foi promissor. Mais um cenário pós-apocalíptico, eu sei, mas é o que está na moda. Os efeitos especiais das tsunamis são muito bons, as estradas apinhadas de carros abandonados e as casas desertas também: cinco estrelas. Cassie perdeu a mãe na gripe, perdeu o pai num tiroteio, e o exército levou-lhe o irmão mais novo para uma base militar supostamente segura. Cassie devia ter ido também, mas acidentalmente ficou para trás. Agora só quer reencontrar o irmão, tudo o que lhe resta. Nota para recordar porque vai ser importante: o irmão não tem mais de 7 anos e ainda anda agarrado a um ursinho de peluche!
É aqui que o filme dá para o torto. Os supostos militares são seres humanos “ocupados” por extraterrestres (já se adivinhava isto a milhas) que estão a treinar as crianças para caçar e matar os últimos sobreviventes. Até putos de sete ou oito anos têm treinamento militar. Ora, isto pode soar muito malvado no papel, mas é completamente ridículo. Há muitas maneiras de usar as crianças num cenário de guerra (perguntem aos Khmer Rouge) mas mandá-las para a frente de combate não é uma delas, principalmente quando ainda são tão pequenas que desatam a chorar e os mais velhos têm de as consolar. As próprias metralhadoras eram maiores do que as crianças. Os pobres dos putos mal podiam com o peso delas, quanto mais dispará-las. E que extraterrestres são estes, tão poderosos, capazes de causar terramotos e tsunamis e de ocupar humanos adultos, que no fim têm de depender de putos chorões? Se até já estavam infiltrados no exército não podiam ter antes “ocupado” corpos de militares muito mais aptos para o combate? Não faz sentido nenhum. Pretendia-se efeito de choque. O efeito foi de rir às gargalhadas. Até porque os adolescentes “soldados” mais velhos percebem que estão a ser manipulados logo da primeira vez que têm de ir para o terreno. A continuar assim, os extraterrestres não vão longe.
Entretanto, Cassie é atingida por um destes atiradores furtivos ao serviço dos extraterrestres (ou humanos possuídos, mais propriamente), e um estranho misterioso salva-lhe a vida. Evan Walker, o estranho (interpretado por Alex Roe de “Siren”), tem definitivamente algo a esconder.
E aqui o filme passa de rajada de uma história de sobrevivência pós-apocalíptica para um Young Adult com o triângulo amoroso obrigatório e tudo, em que Cassie se apaixona pelo bonitão do Evan ao mesmo tempo que ainda pensa no namorado de liceu. Esqueçam lá os extraterrestres, esqueçam lá o fim do mundo. O importante é saber com qual deles Cassie vai ficar. E o filme estava a correr tão bem! Parecia, no princípio, um “The Walking Dead” encontra “Guerra dos Mundos”. Acabou por ser uma coisa mais “Hunger Games”, mas sem um décimo do interesse do mundo tirânico de Katniss.
Como acontece sempre nestas coisas do Young Adult, os adolescentes vencem a batalha. Mas não fiquem já entusiasmados. O filme acaba a prometer uma sequela, onde enfim os adolescentes conseguirão vencer a guerra. Resta a pergunta fundamental: e Cassie, vai ficar com o namorado de liceu ou com o estranho misterioso? Aceitam-se apostas.
O filme é baseado em livros. Li algumas críticas de quem leu os livros e o que dizem é que os livros são muito melhores do que isto e que o filme só os prejudica. Fica já desde aqui o aviso: quem leu os livros acha que este filme é muito mau.
Eu não li os livros e só posso dar nota ao filme:

12 em 20 (pelo entretenimento e pelas tsunamis)


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