Muito era esperado deste spin-off que confronta Maggie e Negan de “The Walking Dead”. Algumas críticas acreditam que o conflito entre os dois (a morte à cacetada de Glenn) ficou superado na série original. Eu nunca fui dessa opinião. Negan decide afastar-se da gente de Alexandria/Hilltop/etc exactamente por saber que um dia Maggie vai acabar por matá-lo. Maggie tenta interiorizar o facto de que Negan passou anos preso em Alexandria a pagar pelo seu crime, mas Maggie não estava lá para ver (porque a actriz Lauren Cohan estava a fazer outro programa). Desta forma, embora na última temporada tenham sido obrigados a trabalhar juntos, o conflito entre Maggie e Negan está longe de resolvido (se é que alguma vez poderá estar).
Passaram-se alguns anos desde o final de “The Walking Dead”. Existe uma nova Federação de Estados chamada New Babylon em que se aplica Lei & Ordem. Maggie e as pessoas de Hilltop tiveram de se mudar para outra localização depois do incêndio causado pelos Whisperers (não percebi se a comunidade de Maggie faz parte de New Babylon ou não). Hershel, o filho de Maggie e Glenn, é agora um adolescente na fase rebelde que responde mal à mãe (como é normal). Mas parece que a sociedade está menos caótica em geral. Até têm bares com álcool, jogo e prostituição. Fiquei surpreendida mas achei interessante. Se é fascinante ver a sociedade desagregar-se também é interessante vê-la voltar ao normal.
No final da série original, Negan tinha uma esposa e um filho a caminho, mas não se encontra com eles porque, como sempre, Negan está metido em sarilhos. É procurado pelos delegados de New Babylon pelo homicídio de 5 homens (mas depois percebemos que teve grandes razões para fazer o que fez). Maggie descobre-o escondido num motel (já têm motéis outra vez) para o obrigar a ajudá-la. A comunidade de Maggie foi atacada por um antigo parceiro de Negan dos tempos do Santuário, chamado o Croata (a quem Negan apelida de “o filho da puta mais demente que já conheci”), que lhes roubou todo o grão, levou Hershel como refém, e ameaçou regressar frequentemente para lhes levar a produção agrícola. Maggie quer a ajuda de Negan porque este conhece o Croata, e porque Negan “lhe deve”, além de andar fugido e já não ter muitos sítios onde se esconder. O problema é que o tal Croata levou Hershel para a ilha de Manhattan, um dos locais mais perigosos da América. Acredito que Negan só tenha aceitado por causa de Hershel, porque tem a tal “dívida”.
Perseguidos pelos delegados de New Babylon, Negan e Maggie chegam de barco a Manhattan. Manhattan está particularmente devastada porque foi um dos epicentros do apocalipse zombie. Numa tentativa de conter a epidemia, os militares destruíram as pontes e os túneis, deixando as pessoas abandonadas à sua sorte. Manhatan é agora um deserto negligenciado de prédios semi-destruídos e vegetação, hordas de zombies pelas avenidas, esgotos cheios de mortos e veados a pastar nas ruas. É neste cenário de ficção-científica (desolador, mas não é a bela França) que Negan e Maggie têm de procurar onde se esconde o Croata, o que vão descobrir mais depressa do que pensavam graças à ajuda de sobreviventes originais de Manhattan. No entanto, Maggie não está a ser tão honesta como parece…
Durante a aventura em Manhattan, Maggie fica a conhecer facetas de Negan que não julgava existirem. Por outro lado, Negan parece reconhecer o monstro que existe dentro de si e que ele não quer ver de volta à luz do dia.
“The Walking Dead: Dead City” é um bom spin-off, com mais originalidade e tensão do que a série original nos últimos tempos (o que não seria difícil). O último episódio promete uma sequela, uma vez que Maggie admite que está na altura de resolver a questão de Negan de uma vez por todas. Aconselho a todos os fãs de “The Walking Dead” e, depois de ver dois spin-offs, estou surpreendida pela qualidade que já não esperava tendo em conta como a série original acabou a arrastar-se.
ESTA SÉRIE MERECE SER VISTA: 1 vez
PARA QUEM GOSTA DE: The Walking Dead, zombies
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