domingo, 16 de janeiro de 2022

Terminator Genisys / Exterminador: Genisys (2015)

Para quem já não sabe a quantas vai, este é o quinto episódio de “Exterminador Implacável”. E vira tudo de pernas para o ar.
O início é como já o conhecemos. O modelo T-800 (um duplo com a cara do jovem Arnold Schwarzenegger) é enviado ao passado para matar Sarah Connor. A seguir a ele, aos trambolhões, chega também Kyle Reese, do futuro, para a salvar. É como se estivéssemos a ver uma versão do filme original. Só falta o tema “Bad to the Bone” a tocar.
É aqui que o filme nos troca as voltas. Sarah Connor (Emilia Clarke, a Daenerys de “Guerra dos Tronos”) não é a jovem indefesa que conhecemos do filme original porque algo mudou na vida dela aos nove anos: um modelo T-800 foi enviado do futuro para a proteger de um outro exterminador com a missão de a matar ainda mais cedo (de certeza um deles enviado a mando da Skynet e o outro da Resistência). A alteração de acontecimentos muda tudo. Este T-800 é o verdadeiro Arnold Schwarzenegger, a quem ela se afeiçoou de tal maneira que lhe chama Pops. O T-800 está velho (a parte de tecido humano envelheceu) mas não “obsoleto” (os circuitos funcionam).
Esta é uma situação que Kyle Reese não esperava e, obviamente, não confia no T-800. Especialmente porque este pergunta várias vezes a Sarah Connor se ambos já “acasalaram”, de modo a conceber John Connor, líder da Resistência do futuro. Admito, foi cómico.
Mas a Skynet parece estar sempre um passo à frente e já tinha enviado um T-1000 (daqueles de metal líquido) para corrigir o que o primeiro T-800 falhou quando o velho Pops lhe deu sumiço. Sarah, Reese e Pops têm de enfrentar este modelo mais sofisticado. De seguida, golpe de teatro, Sarah e Reese são enviados para 2017 (os acontecimentos iniciam-se em 1984) para acabar com a Skynet antes que esta se implante através do sistema Genisys, uma cloud que permite ao utilizador sincronizar todos os dispositivos num só sistema. (Não sincronizem, amigos, não sincronizem). O velhinho T-800 Pops lá esperaria por eles, cada vez mais envelhecido e de cabelos brancos, mas não obsoleto (como ele insiste em dizer). É então que lhes aparece John Connor, líder da Resistência, vindo do futuro ainda antes de ser concebido, para os ajudar a derrotar a Skynet no passado. Parece tudo muito bem, até o velhinho T-800 o identificar como um cyborg de última geração, feito de partículas magnéticas, ainda mais difícil de destruir do que o T-1000.
Isto é, John Connor, líder mítico da Resistência, foi corrompido e transformado em cyborg pela Skynet quando as máquinas perceberam que nunca ganhariam a guerra enquanto ele existisse. E assim temos a situação sem precedentes em que Sarah Connor e Kyle Reese enfrentam o próprio filho, transformado em inimigo nº 1, com a ajuda do velho T-800.
Há que dizê-lo, não esperava esta grande reviravolta. A mensagem do filme, ao contrário do “Exterminador” original, é de que não existe destino. Sarah não está destinada a ser mãe de John, Reese não está destinado a morrer, John Connor não tem de ser o líder da Resistência se a Skynet for destruída no presente (com uma ajudinha do futuro).
Gostei e achei mais interessante do que todas as sequelas mais recentes (com excepção da primeira, “Exterminador Implacável 2: O dia do julgamento”, claro). Este filme saiu da caixa para fora e surpreendeu. Aconselho a todos os fãs da saga.
Só há ali um momento no fim que não bate certo, quando Kyle Reese se encontra a si próprio em miúdo, em 2017, e este lhe diz que o programa Genisys é o início do fim. Se Reese tinha esta memória de infância tão nítida, não devia ter passado o filme todo sem saber o que era o Genisys. Não sei o que se pretendia com este momento, completamente dispensável, ainda por cima, mas a verdade é que a nível de coerência interna do personagem não resultou. Talvez quisessem obter outro resultado mas não funcionou na estrutura do filme?

14 em 20


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