domingo, 5 de janeiro de 2020

The Twilight Saga: Breaking Dawn - Part 1 / Amanhecer - Parte 1 (2011)


Quarto episódio de Edward-o-vampiro-que-brilha e sua amantíssima esposa Senhora-Dona-Bella-Cullen.
O filme não perde tempo. Arranca logo com o casamento. Eu sempre pensei que eles não se casassem tão depressa, que houvesse mais peripécias antes disso. Mas a Bella não quer outra coisa senão ser vampira, e afinal há a ameaça dos Vulturi, por isso faz sentido.
O Jacob, pobre Jacob, nem assim a tira da cabeça. Continua um cachorrinho atrás dela. Será que no último filme/livro este desgraçado sem auto-estima vai finalmente partir para outra? Eu estou a torcer para que sim.
Edward e Bella vão passar a lua-de-mel no Rio de Janeiro, onde descobrimos que Edward sabe falar português. Não percebi nada do que ele disse, mas enfim, pelo menos arranha. Não ficam muito tempo no Rio. Afinal a lua-de-mel vai ser numa ilha privada dos Cullen.
E depois acontece a cena da cama. Na noite de núpcias, Edward consegue partir a cama toda. Ora, eu não costumo pedir pormenores quando o que se passa é normal, mas isto é tudo menos normal! Como é que aquela cama acabou naquele estado? Sim, queria ver isso. Ao pormenor.
Admito que já sabia da cena da cama porque uma amiga me tinha contado. Fartámo-nos de rir as duas. Não sei como é que isto não acabou num Scary Movie. (Para quem não sabe, “Scary Movie” é uma série de filmes-paródia aos filmes de terror. Não costumam ter muita piada.) Esta cena da cama é já de si uma anedota, só precisava de ser condimentada.
Em resultado, e como estão numa ilha isolada onde não há IKEA para comprar camas baratas, Edward e Bella passam o resto da lua-de-mel a jogar xadrez. Pobre Bella. Eu fiquei aborrecida só de assistir.
Mas tudo isto para chegarmos ao verdadeiro enredo do filme: a gravidez de Bella. E é uma gravidez digna de um “Rosemary’s Baby”, ou pior ainda, em que a gestação progride a um ritmo vertiginoso. Os vampiros estão surpreendidos que isto pudesse acontecer e também não sabem o que vai sair dali. Mas Bella quer o bebé, por muito monstro que seja. O que é natural. Vão lá dizer a uma mãe que o seu bebé é um monstro.
Agora fiquei muito curiosa para ver como é que ela explica isto ao pai dela. “Olá pai, cheguei da minha lua-de-mel de duas semanas. Aqui tens a tua neta.” Vai ser o ponto alto de toda a saga para mim.
Os lobisomens decidem que este monstro não pode existir e querem ir matar a Bella. Pouca curiosidade científica da parte dos lobisomens, para quem é lobisomem. A primeira vez que um vampiro tem um filho com uma humana e não querem saber o que vai nascer? Mas os lobisomens de Twilight têm esta característica xenófoba de achar que todos são monstros menos eles, como já assinalei na crítica ao filme anterior.
Por falar em lobisomens, e como também já disse do filme anterior, aquela reunião de lobisomens em estado lobo e a falar inglês entre eles é algo entre o infantil e o ridículo. Percebo como é que pode funcionar nos livros em que as falas telepáticas têm de ser verbalizadas, mas nos filmes resulta muito mal. Teria sido melhor que os lobisomens se reunissem em estado humano, e sempre se evitava mais um bocadinho de CGI mal conseguido.
A princípio Jacob quer matar o Edward, mas depois o amor fala mais alto e decide antes proteger a Bella e o bebé, como já se esperava, e agora não estou a ver o que é que possa acontecer de interessante no último filme. (Tirando a parte em que têm de explicar isto ao pai da Bella, isso eu quero ver!)
Mas esperem, o filme ainda não acabou. Já corriam os créditos finais e eu já estava com o dedo no “apagar”, quando acontece a cena mais interessante do filme todo e eu quase a perdia! Por um minuto ou dois aparecem os Vulturi, os vampiros mais riceanos e vilanescos desta saga e por isso os únicos que me fazem vibrar alguma coisa, dizendo entre eles que os Cullen têm algo que eles querem. Aposto que é a Renesme, a filha da Bella. E devem querê-la porque são vilanescos e malvados, mas pelo menos têm curiosidade científica. Estes Vulturi devem mesmo ter sido inspirados no vampiro Armand. Só pode.
E sim, a pobre criança chama-se Renesme. Não bastando ser filha de dois vampiros, ainda tem de viver com este nome o resto da vida possivelmente imortal. Ninguém merece.

Enfim, o que dizer de sério sobre isto tudo? O filme nunca apresenta uma explicação sobre esta gravidez, mas se é possível, e um pouco mais atrás ainda, se os vampiros podem fazer sexo com humanos, então duvido muito que Renesme tenha sido a primeira vez. De certeza já devia ter acontecido e os Cullen teriam conhecimento disso.
Na mitologia clássica, um vampiro é um morto que se levanta do túmulo por meios sobrenaturais (diabólicos ou outros) sustentados pelo sangue das suas vítimas. (“O sangue é a vida.”) Os vampiros de Twilight parecem-me cada vez menos “mortos” e sobrenaturais e cada vez mais seres humanos geneticamente modificados pelo tal “veneno” (vírus?) que os transforma em imortais com força e rapidez sobre-humanas. Mas fica a questão. Se não estão mortos (Edward produziu um bebé, por isso definitivamente não está morto) porque é que precisam de sangue? O propósito do sangue é mesmo esse, sustentar a vida sobrenatural do vampiro através da ingestão da vida das vítimas simbolizada no sangue. Se não existe esta necessidade sobrenatural, porque é que os vampiros de Twilight são vampiros?
Mas de certeza ninguém quis saber de nada disto.


12 em 20



2 comentários:

Ligeia Noire disse...

Depois de ver o primeiro, não consegui engolir mais nenhum mas o senhor Pattinson estã no filme -o farol- com o William Dafoe e quem o viu e quem o vê...

katrina a gotika disse...

Eu também só estou a ver por uma questão de cultura geral, para estar a par do que as gerações mais novas consumiram.
Graças a Deus, só falta um filme! Já quase não aguento mais!