domingo, 6 de julho de 2025

The Conjuring 3: The Devil Made Me Do It / The Conjuring 3: A Obra do Diabo

Actualmente, em todos os filmes que tenham a mão de James Wan, fico à espera de ver o diabo chifrudo ou outro semelhante. “The Conjuring 3” surpreendeu-me por ser tão contido nesse aspecto. Por outro lado, o enredo é longo e complicado e confesso que tive de ver o filme duas vezes porque da primeira acabei por perder o fio à meada.
Seguimos mais uma vez as aventuras do casal real/ficcional Ed e Lorraine Warren no que o filme promete “um dos casos mais chocantes das suas carreiras”, mas até disso tenho dúvidas. A história começa com o exorcismo de um miúdo de oito anos, possuído. A certa altura durante o exorcismo, o namorado da irmã do miúdo, Arne, pede ao demónio que deixe o miúdo e o possua a ele. O demónio faz-lhe a vontade. Dias depois, possuído, Arne mata o senhorio à facada. No momento seguinte Arne volta a ficar normal. Depois de ser examinado pelos Warren, estes concluem que Arne já não está possuído. Então, para onde foi o demónio? Entretanto, a advogada de Arne, com a ajuda dos Warren, monta uma defesa baseada no argumento “inocente por possessão demoníaca”, que segundo li aconteceu mesmo. A defesa não pegou mas Arne foi condenado a uma pena mais leve do que teria sido de outra maneira. Esta é a parte histórica do filme, mas há mais.
Voltando ao demónio. Os Warren descobrem que houve uma “possessão por encomenda”, isto é, que a possessão aconteceu por ordem de um ocultista de uma seita satânica. Começa aqui a parte do filme que é quase um policial, em que os Warren têm de seguir pistas para chegar à seita. Inclusivamente, juntam-se à polícia na investigação de duas raparigas desaparecidas que envolvia contornos semelhantes. É aqui que o filme se torna longo e complicado, porque enquanto andamos à procura das raparigas e atrás do ocultista quase nos esquecemos de Arne, e quando finalmente voltamos ao início quase nem nos lembramos de quem ele é. Foi por esta altura que perdi o fio à meada mas admito que a culpa possa ter sido minha.
“The Conjuring 3” introduz esta faceta de “policial” nos filmes “Conjuring” de que não desgostei, especialmente das passagens em que os poderes psíquicos de Lorraine ajudaram a desvendar o crime. A nível de terror propriamente dito, tirando as cenas de exorcismos que são sempre aquilo que são (mais ou menos efeito especial), pode haver este ou aquele pormenor que nos fique na cabeça, como a mão na cortina da banheira ou o colchão de água, mas não encontrei nada de particularmente assustador (a culpa também pode ser minha).
O que é certo é que o casal fictício Ed e Lorraine Warren (ou melhor, a química entre os actores Patrick Wilson e Vera Farmiga) funciona muito bem. Se isto fosse uma série eu era capaz de assistir a episódio após episódio só para os ver a resolver crimes e mistérios sobrenaturais, essa é que é essa.

13 em 20

 

Sem comentários: