domingo, 5 de janeiro de 2025

The Burning Girls (2023)

A reverenda Jaqueline (Jack) Brooks e a sua filha adolescente, à procura de um recomeço nas suas vidas, instalam-se na pequena comunidade inglesa de Chapel Croft. Jack vai ocupar a vaga deixada pelo reverendo Fletcher, que se enforcou em plena capela. Chapel Croft é uma localidade rural conhecida pelos mártires Protestantes queimados na fogueira no séc. XVI, especialmente duas meninas que não foram poupadas. A povoação comemora-os todos os anos numa festividade alegórica. Diz-se que as meninas assombram a capela.
À chegada, Chapel Crof parece uma terra pacata onde nunca acontece nada (excepto o suicídio de um reverendo e o desaparecimento de outro), mas logo na primeira noite Jack vê o fantasma das meninas em chamas. A seguir, fica a saber que há 30 anos duas amigas adolescentes desapareceram sem deixar rasto, e que não houve grande investigação porque eram algo rebeldes e presumiu-se que tivessem fugido juntas. Uma residente mais antiga expressa a Jack as suas suspeitas de que o Reverendo Fletcher não se suicidou, mas que foi assassinado porque começou a investigar as mártires e as duas raparigas desaparecidas nos anos 90. À medida que pesquisa o assunto, Jack vai descobrindo uma teia sombria de segredos e homicídio. Será ela a próxima reverenda em perigo?
Para que não haja desapontamentos, digo já que “The Burning Girls” não é um mistério sobrenatural mas antes um mistério de crime. Sim, os fantasmas estão lá, mas igualmente para pedir justiça.
Saliento mais um grande papel de Samantha Morton. A princípio não a reconheci, como é compreensível, mas aquela cara provocou-me arrepios. Só depois percebi que é a mesma actriz que fez Alpha/Dee, a líder dos Whisperers em “The Walking Dead”. Os Whisperers eram uma ideia um bocado estapafúrdia mas Alpha era uma mulher aterradora. Em “The Burning Girls” Samantha Morton também interpreta uma mulher durona, e apesar do papel de reverenda há momentos em que consegue transmitir a mesma aliança velada de uma Alpha. Eu não queria receber uma ameaça daquela mulher!
Apesar de ser um enredo que se desenvolve devagar, deixando-nos primeiro embrenhar na atmosfera tranquila e campestre de Chapel Croft e dando-nos tempo de juntar as pistas à medida que a tensão aumenta, a estranheza começa em pequenas coisas logo de início. Mas ninguém está à espera da reviravolta final.
“The Burning Girls” não é um policial em que no fim o criminoso vai para a prisão, mas antes um drama em que as personagens têm de ajustar contas com o passado.

ESTA SÉRIE MERECE SER VISTA: 1 vez

PARA QUEM GOSTA DE: mistério, crime, drama, fantasmas

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