terça-feira, 16 de setembro de 2025

Ready Or Not / O Ritual (2019)


No seu dia de casamento, Grace está prestes a realizar os seus sonhos: casar com o homem que ama, um dos herdeiros dos milionários Le Domas. Na mansão de família, depois da cerimónia e ainda antes da noite de núpcias, os recém-casados são chamados para que Grace participe numa espécie de iniciação à família a que todos os novos membros são sujeitos. Aparentemente é muito simples: Grace só tem de jogar um jogo, o que ela não estranha uma vez que a família fez fortuna no negócio do jogo. É então que o sogro conta a história do bisavô, um humilde trabalhador da marinha mercante que um dia encontra um passageiro, um tal de Mr. LeBail, que lhe entrega uma caixa misteriosa com uma condição: todos os futuros cônjuges da família têm de jogar o jogo que a caixa determinar.
Grace é convidada a tirar uma carta da caixa, no que ela participa considerando tudo aquilo uma excentricidade da família, quando lhe sai o Jogo das Escondidas em que ela, a noiva, tem de se esconder enquanto todos a procuram. O que Grace não sabe, e que o noivo não lhe disse, é que a família vai persegui-la e tenciona matá-la num ritual 100% satânico antes de nascer do sol porque os Le Domas acreditam que se não o fizerem o Diabo virá buscá-los (sim, os Le Domas sabem muito bem que fizeram um pacto com o Diabo e que a isso se deve a sua grande fortuna).
A princípio Grace acha que é uma brincadeira, até que percebe realmente o que se passa e que tem de fugir ou sobreviver numa casa completamente trancada em que até os criados e o mordomo, e inclusive as crianças da família, participam na caça.
“Ready Or Not” é considerado uma comédia negra, o que não me entra na cabeça porque não achei graça nenhuma, muito antes pelo contrário, e eu tenho um sentido de humor muito mauzinho e inclusivamente fartei-me de rir com “Insidious”. O filme é sangrento, tenso e assustador, às vezes é mesmo tétrico, e realmente notei algumas tentativas chochas de fazer humor enquanto uma jovem é perseguida e condenada à morte num ritual bárbaro. A certa altura ela cai acidentalmente dentro de um alçapão no estábulo onde a família guarda os cadáveres apodrecidos de toda a gente que matou. E isto era para rir?
Acredito que “Ready Or Not” podia ter sido um filme de terror excelente, algo mais ao nível de “Midsommar”, sem estas tentativas de “humor” que não tiveram graça nenhuma. Não estou de maneira nenhuma a dizer que um filme de terror não pode ter piadas. “Midsommar”, por exemplo, tem piadas e resultam. Algumas das piadas em “Ready Or Not” também resultam, como o cunhado que não está nada interessado em matar ninguém e passa a noite fechado na casa de banho com o telemóvel. Quando um amigo lhe pergunta como vai, ele responde: “Sabes como é… Merdas de família.” Isto teve piada porque a família realmente nos obriga a fazer merdas se quisermos participar nos rituais familiares. Tratar isto como mais uma merda é humor negro e engraçado. O resto do que tentaram fazer não é.
Mesmo assim gostei bastante da originalidade da história e recomendo. Simplesmente ignorem as partes que supostamente eram para ter piada.

13 em 20 (que podia ser mais sem as piadas chochas)

 

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