Este filme veio muito bem recomendado, pelo que esperava algo… excepcional. Ainda não foi desta.
“The House of the Devil” foi estreado em 2009 mas a acção passa-se nos anos 80, quando ainda se ouvia música num walkman, quando havia cabines telefónicas, quando só havia telefones fixos e não havia telemóveis.
Samantha é uma estudante universitária a tentar arrendar uma casa (quando os universitários ainda podiam arrendar casas sozinhos) que quer arranjar emprego como baby sitter para pagar a renda. É contactada por um casal interessado e a sua melhor amiga dá-lhe uma boleia para casa deles, uma grande mansão numa floresta no meio do nada.
É recebida por um homem de meia idade que lhe confessa que não vai tomar conta de uma criança mas sim da mãe dele, uma idosa que, ele promete, se remete ao quarto e não dá trabalho nenhum. Segundo ele, colocaram um anúncio de baby sitter porque é difícil encontrar quem queira tomar conta de uma idosa, e oferece o dobro do pagamento pelo trabalho, o que Samantha não está em condições de recusar. O casal de meia idade, o senhor e a senhora Ulman, vão sair para assistir a um eclipse total da Lua, mas prometem voltar pouco depois da meia noite.
Entretanto, Samantha fica sozinha no casarão, mete o nariz em todas as divisões que não estão trancadas (parece que é costume as baby sitters americanas fazerem isso) mas não encontra a tal idosa em lado nenhum embora ouça barulhos no andar superior. A certa altura Samantha sente-se tão à vontade que joga snooker, encomenda uma pizza, vê televisão, e dança à maluca ao som do walkman, fazendo derrubar uma jarra. É então que descobre a fotografia de uma família frente ao Volvo vermelho do casal Ulman (a amiga dela tinha comentado que era um bom carro).
Neste tipo de filmes é costume que os adolescentes façam coisas estúpidas, mas Samantha parece ser mais espertinha do que o comum e tira logo as piores conclusões, indo buscar um facalhão à cozinha. Porquê? Por esta altura do filme nós, os espectadores, já sabemos que ela está em grave perigo, e não é do Diabo, mas ela não sabe. Porque é que ela pensa que precisa do facalhão? Não seria mais normal partir do princípio de que se os Ulman compraram a casa podiam ter comprado o carro também? Nada mais natural. Mas se Samantha está mesmo convencida de que corre perigo, não seria ainda mais lógico dar corda aos sapatos e fugir, mesmo sem a boleia da amiga que não atende o telefone? Parece que ela acaba por colocar de lado os receios (infundados, daquilo que ela sabe) e recebe a pizza. A pizza é entregue por um cúmplice dos Ulman e está drogada. Quando Samantha acorda está amarrada no chão no centro de um pentagrama, os Ulman e o cúmplice rodeiam-na em trajes ritualísticos, e a tal “idosa” é um demónio que lhe dá a beber o próprio sangue. Aqui acontece outra cena bastante irrealista, no meu entender. Samantha não apenas consegue soltar-se das amarras, como apunhala o demónio, esfaqueia os dois membros do casal e degola o cúmplice, um homem forte de uns trinta anos, e foge dali para fora. Wow! A miúda devia andar nas artes marciais e ninguém sabia!
Agora estão a dizer que contei o fim. Nada disso! Na verdade, o final pode explicar esta fuga tão fácil. Basta dizer que o fim deve direitos de autor, e de que maneira.
Mas não quero com isto insinuar que “The House of the Devil” não tem os seus méritos. Samantha pode não saber, mas corre de facto risco de vida e os espectadores passam o filme à espera que algo de terrível aconteça a qualquer momento. O fim é que não é nada original, infelizmente.
13 em 20
domingo, 6 de abril de 2025
The House of the Devil (2009)
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