terça-feira, 29 de setembro de 2009

Curso de Introdução à Alimentação Vegan-Raw a reverter para esterilização de animais de rua



Recebido por email:

Nos dias 10 e 11 de Outubro irá decorrer na Quinta das Águias, em Paredes de Coura, um curso de Introdução à Alimentação Vegan-Raw (vegana-crudívera), ministrado por Filipa Cardoso, em que parte das receitas obtidas com as inscrições reverterá para a esterilização de animais de rua.

Serão ensinadas várias técnicas culinárias desconhecidas para a maioria de nós e receitas deliciosas e cruelty-free. Os participantes do curso terão oportunidade de assistir e participar na confecção de muitos dos pratos.

É também uma boa oportunidade para ficarem a conhecer a Quinta das Águias, que acolhe, para além de vários cães e gatos, inúmeros animais salvos de serem abatidos para consumo humano: ovelhas, coelhos, galinhas e patos, que vivem na quinta uma existência feliz e tranquila.

Valor da inscrição (inclui estadia e alimentação): 120€
Vagas limitadas

Mais informação: www.animaisderua.org/eventos/organic-vegan-raw

domingo, 27 de setembro de 2009

Como engatar góticas boas



Um recente convite para falar da cultura gótica numa revista masculina (?!) online transportou-me por curiosos pensamentos. Curiosos pensamentos que me levaram a encontrar esta imagem do que chamaria "gótica à beira de um ataque de nervos", assim mesmo, à Almodovar. Porque gótica sofre! E sofre principalmente com a falta de jeito com que alguns similares do género oposto (e igual) tentam engatar.
Meninos (e meninas), que a minha experiência de velha gótica sirva para alguma coisa -- actualmente já não serve para mais nada senão para dar conselhos -- e tomem lá algumas dicas de como engatar "aquela" que vos prende o olhar... Aqui está, para principiantes, como engatar gajas góticas:

Primeiro que tudo, meus amigos, o visual. A beleza interior é muito linda, mas numa cena como a gótica o vosso visual diz tudo. Meus amigos, metam isto na cabeça, podem até ser feios que nem uns sapos, não fiquem naquela "não vale a pena vestir-me bem porque sou tão feio que nenhuma gaja boa vai olhar para mim". Errado! Há milhentos casos de feios, muito feios, até ao longo da História (olhem o Napoleão), que se tornam grandes conquistadores graças ao visual e à personalidade. Que isso não sirva (mais) de desculpa.
Tendo isto em mente, vamos lá a caprichar no visual e na auto-confiança.
Infelizmente para uns, e felizmente para outros, visual e auto-confiança não bastam. A personalidade conta, e ter alguma coisa na cabeça conta ainda mais, mas este artigo não trata de relações a longo prazo.
Quer-se aqui falar da aproximação, passo sem o qual, fatalmente, não se chega a lugar nenhum.
Perguntar-me-ão, logicamente, então como chegar até àquela inacessível desconhecida a quem tanto se deseja conhecer, sem o risco de levar uma tampa?
Muito simples. Antes de se porem a fazer conversa, olhem-na nos olhos. Bem nos olhos. Assim mesmo, sem hesitar. De longe, ninguém se aleija. O que esses olhos vos disserem será o caminho a seguir. Se a reacção dela for desviá-los com desinteresse, não vale a pena sequer aproximarem-se. É óbvio que não houve química. Quem mesmo assim decidir arriscar avançar, fá-lo-à por sua conta e risco.
Mas se houver um olhar de interesse, desviem então o vosso. Nenhuma mulher gosta de ser olhada com insistência, isso vos garanto.
Se o primeiro contacto visual for positivo, é altura de avançar para a fase seguinte. Pois é, como é que eu a conheço?
É esse o benefício de pertencer a uma sub-cultura tão hermética a todos os demais. Enquanto no mundo lá fora (excomungado seja) é preciso andar às voltas e voltinhas a tentar descobrir amigos comuns que os apresentem, ou usar aquelas frases fatelas do "posso conhecer-te?" (aliás, frase proibida!!!), porque não ir directamente à fonte?
-- Alto! Muita atenção aqui nisto! Ir à fonte, sim, mas sem demonstrar muita sede!!! Agora podemos continuar. --
Há sempre uma altura em que a menina/senhora fica sozinha. Uma altura especialmente propícia é quando ela vai ao bar. O que dizer? Algo de absolutamente único e original. Algo que tenha a ver com interesses partilhados. (Porque vamos lá admitir, se não há interesses em comum, de que importa?) Podem, por exemplo, perguntar-lhe que música era aquela que ela estava a dançar, porque gostaram e não sabem ao certo o nome da banda. (Mesmo que saibam, se a coisa correr bem ela até perdoa mais tarde.) Ou falem do símbolo que ela ostenta no anel. Mas por amor de Deus, falem do que sabem! Só uma perguntinha "esse não é o símbolo de...?" não ofende ninguém.
Em derradeiro caso, quando não sabem mesmo nada, por patetice que eu pessoalmente possa achar, podem sempre recorrer a outro célebre recurso que é apelar ao oposto: "Desculpa, estive a observar-te e não reconheço o teu estilo. O estilo é giro. Muito original." E depois dos elogios, que caem sempre bem, atirem a bomba: "Onde se compram calças dessas?". Qualquer mulher vos dirá onde comprou, quanto custou, e onde se arranja mais barato.
Se fordes inteligentes, já percebestes onde acabastes de chegar, ò cavaleiros. Estais neste momento em plena conversa com a eleita! É agora! É o tudo ou nada! Ela responde, e tira-vos a radiografia, e é aqui que nada pode falhar. Este é o momento dela, em que vos escolhe ou rejeita, por muito tímida ou faladora que se venha a revelar. Ela é que guia. Ela é que manda. Atenção a todos os movimentos, a todos os olhares. Estais sob julgamento. Estais, possivelmente, também a ser cheirados. Lembrai-vos bem disto.
Se a partir daí se inicia uma breve conversa e ela sorri e se despede, não é de perder a esperança. Se estiver interessada, ela volta mais tarde. Quão mais tarde não se sabe. Quem manda é ela. Se não voltar, não insistam também.
Se pelo contrário, ela é do tipo falador, e se detém, enquanto as cervejas que devia levar para os amigos arrefecem... jackpot! Contacto!
Agora não estraguem.
Lembrem-se de que há uma romântica dentro dela. Não pode ser de outra maneira. E uma romântica gosta de romantismo. De um cavalheiro à moda antiga. Se a ocasião se proporcionar, paguem uma bebida. Acendam-lhe o cigarro antes que ela puxe do isqueiro. Ofereçam-se para tomar conta do casaco. Uma dama merece um cavaleiro à altura. Qualquer romântica sonha com um príncipe encantado. Afinal, só um príncipe encantado desperta a bela adormecida.
A partir daqui, meus bravos, estais por vossa conta. O gelo quebrou-se, olhais para o outro lado do espelho. O que lá virdes, já não me diz respeito.

E que haja amor! :)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Outono?

Parece que o outono tarda em chegar, e ainda bem. Ao contrário do verão passado, este foi um bom verão. Quente e produtivo. Como eu gosto. Não que tenha aproveitado o verão em si. De facto nem dei por ele. De facto, não estou a dar pelo tempo que faz, nem que fez, nem que fará, nem o que passa e muito menos o que fica. Who cares? Às vezes é realmente demasiado tarde, e quanto mais tarde é mais tarde se faz. Mas foi um bom verão, quente e produtivo, exactamente por não o ter aproveitado no exterior mas no interior.
É curiosamente nos meses quentes que tenho tendência a pôr-me a escrever, como se o calor me inspirasse. Não vejo explicação para isto.
Excepto uma. A infância de verões e verões fechada em casa, sem nenhum sítio para onde ir, a obrigar-me a procurar no interior da imaginação a distracção para os dias que teimavam em não passar? Talvez. Talvez tudo se resuma enfim à análise psicanalítica do somatório das experiências de infância. Talvez a alma se possa dissecar, afinal, como se disseca um corpo e se lhe descobre a doença que o matou. Talvez não haja alma nenhuma, só o somatório de experiências, e no fim da vida se possa dizer: a alma deste fulano foi corroída pela cirrose do tédio, a deste sicrano morreu de ataque de coração partido, e etc, etc. E a alma não passe de mais uma espécie de corpo igualmente biodegradável.
Talvez a alma também morra de velha.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Adeus ò Portas!

Todos os leitores sabem que nas últimas eleições tenho apoiado o CDS-PP mas é tal a gravidade do momento que me vi a ponderar seriamente que estas legislativas precisam de um voto estratégico que defenda os meus interesses. Há muito tempo que não me questionava tanto em quem votar.
PSD nunca. PS nunca mais.
Desta vez, cheguei mesmo a considerar votar nos comunistas.
Gosto muito do Paulo Portas, e concordo com muitas das suas ideias, mas vejo o CDS-PP muito preocupado com os velhinhos, os agricultores, as forças de segurança, e foi dali que saiu o traiçoeiro código do trabalho que condena a sociedade a um atraso de 100 anos. Este Código de Trabalho tem de ir à vida.
O único partido que de facto se mexe pela situação da geração azarada que por ter nascido dez anos mais tarde ganha um terço do que os seus colegas mais velhos, quer sub-alugados como escravos de trabalhos temporários, quer a recibos verdes, quer até no escândalo dos estágios não remunerados financiados pelos papás (os que podem), principalmente nas empresas de comunicação social que teriam o dever deontológico de não o fazer, o único partido, dizia, que defende os meus interesses é o Bloco de Esquerda.
Embora não concorde com muitas das suas ideias, chegámos a um ponto em que a pouca vergonha é tal que o rumo tem de ser radical e revolucionário. Votarei, portanto, no Bloco de Esquerda.
O Paulinho que me perdoe. Não fosses tão amigo dos patrões!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Hoje, finalmente, como se já tardasse, sonhei que tinha sido presa e estava numa prisão a sério. Não era bem uma prisão a sério, até porque tinha homens e mulheres. Não surpreendentemente, a maior parte eram pessoas do meu emprego. O curioso disto tudo é que sentia que a minha situação era humilhante, sem dúvida, e injusta, porque não merecia a prisão, mas perfeitamente natural como a minha vida. Parece que o grande problema de disciplina é que me queriam obrigar a pentear e a vestir de determinada maneira, igual aos outros. Nada de novo, portanto.

29.Agosto.2009