Riley é uma caloira na universidade a quem uma colega convence a juntar-se à sorority mais popular do campus (uma república para raparigas). A princípio Riley não está muito interessada na sorority, até que descobre que a sua mãe, já falecida, foi presidente desta mesma república de estudantes e que Riley nunca soube disso, pelo contrário, sempre pensou que a mãe não gostava de sororities.
Torna-se claro que a república guarda um segredo terrível do passado quando as estudantes começam a ser alvo de um serial killer que, depois de as matar, lhes retira membros e os substitui por braços e pernas de bonecas.
Confesso que quando li a sinopse esperava um segredo muito mais sinistro ou sobrenatural, algo relacionado com cultos satânicos, no mínimo, ou pior ainda. Um serial killer também não é mau e a imagem das vítimas cosidas a membros de bonecas é suficientemente perturbador. De resto, o enredo é muito simples: serial killer ataca, a polícia tenta apanhá-lo, nada mais a dizer. “The Row” é só um filmezinho pouco original (até a cena das facadas no duche lá está) para entreter.
12 em 20
terça-feira, 17 de junho de 2025
The Row / Irmandade Fatal (2018)
domingo, 15 de junho de 2025
From (2022 - ?) [terceira temporada]
Scott McCord ("Victor") e Simon Webster ("Ethan") no restaurante
Já que esta temporada se tem baseado em visões e pressentimentos a cair do céu aos trambolhões, eu também tenho o mau pressentimento de que esta série vai ser cancelada.
"From" é aquele enredo da vila cheia de monstros que aparecem à noite e de onde as pessoas não conseguem escapar. Uma vez que a história assenta no mistério e no suspense, não posso revelar mais nada porque quase tudo é um spoiler. Ainda assim, esta terceira temporada deixou-me muito preocupada com o futuro da série. "From" tem criado mistérios atrás de mistérios, à semelhança de "Lost", e agora parece-me que começaram a tentar dar respostas que não estão a fazer grande sentido. Em suma, como em "Lost", tenho o pressentimento de que estão a improvisar de episódio para episódio e de que isto não vai acabar bem (se acabar, isto é). *
A qualidade da série também decaiu imenso, a começar pelo ritmo. O primeiro episódio é uma porcaria evitável. Na sequência de um nevão imprevisto, a vila fica em risco de passar fome. Aqui descobrimos que a comida que eles têm são duas vacas e uma dúzia de ovelhas e cabras e galinhas, e que as "colheitas" são uma horta. Considerando que eles têm um restaurante (!) e que comem bem todos os dias, como é que estes animais e esta horta alimentam uma centena de habitantes, com restaurante e tudo? Onde é que está o trigo/milho/centeio para fazer as empadas que eles servem no restaurante? Isto era algo em que um espectador nem pensava se não tivessem feito disto um caso tão grave, até porque naquele sítio as coisas aparecem um bocado por magia. Esta falta de alimentos, que se resolveu com a descoberta de batatas e vegetais a nascerem em estado selvagem perto da vila, lembrou-me os piores momentos de "Under The Dome". "From" não precisava disto.
O segundo episódio é quase completamente dedicado ao funeral de uma só pessoa que até nem era assim tão importante. Daqui depreendi que estavam a encher chouriços porque tinham muito tempo para desenvolver a história. Mas de repente parece que isto mudou porque os últimos episódios da temporada são apressados, com personagens a terem visões e revelações a torto e a direito para tentar explicar os tais mistérios (mas sem explicar nada).
A série também começou a recorrer a truques baixos de filme de terror mal feito e ignorante, do qual destaco a inclusão do Tarot. Quero deixar aqui muito claro que não é assim que se consulta o Tarot e que o Tarot não é uma ouija board para invocar espíritos maléficos, não é assim que funciona. Isto é tão ignorante como dizer que "as bruxas são más". Por falar em ignorância, também me parece que a pseudo-ciência em que eles se baseiam não deve ter ponta por onde se pegue e que por isso nunca vai ser explicada.
Mas não quero ser demasiado dura com a série. Como produto, no todo, serve de entretenimento e continua a ter momentos bastante arrepiantes. Saliento dois actores, um deles o jovem Simon Webster e o mais crescido Scott McCord como "criança grande", que se calhar têm feito um papelão melhor do que a série merece, aliás, como quase todos os actores. Se falhar, a culpa não é deles. É um prazer ver "From" só por causa dos personagens.
O problema aqui é que isto começa a parecer uma salada de momentos arrepiantes sem que nada dê sinais de encaixar, e, pior, que as próprias respostas também não encaixem. Eu ficaria muito desapontada se a série fosse cancelada porque detesto histórias incompletas. Prefiro um mau fim a não ter fim nenhum. Mas começo a ter o pressentimento de que isto não vai longe, quer acabe ou continue.
"Spoiler"
A minha parte preferida foi o leão. Toda a gente conhece o leão da Metro Goldwyn Mayer, mas se calhar nunca o tínhamos visto em 3D e de perfil. Tendo em conta que esta é uma série em que pessoas são literalmente comidas, fiquei muito sobressaltada, logo no crédito de abertura, quando a "câmara" avançou para o leão, e nós com ela. Obviamente que o leão foi animado por Inteligência Artificial, mas confesso que me causou um pequeno susto a abrir uma série deste tipo. Se fosse uma série levezinha não me tinha assustado, e de facto passei a adorar o leão em 3D. Se nunca viram, sei que vão adorar também.
* Já depois de escrever este artigo, li por aí que a quarta e última temporada já foi renovada. Ao menos isso.
ESTA SÉRIE MERECE SER VISTA: 1 vez
PARA QUEM GOSTA DE: Lost, mistério, terror, sobrenatural
terça-feira, 10 de junho de 2025
Triangle / Triângulo (2009)
“Triangle” não é um filme de terror como os outros. Do princípio ao fim surpreende-nos e intriga-nos, não é apenas uma sequência de mortes horrendas mas uma história complexa que nos faz pensar. Também por este motivo não há quase nada que se possa dizer que não seja um spoiler, pelo que vou limitar-me aos aspectos que tornam “Triangle” tão interessante.
Jess, uma empregada de restaurante e mãe sozinha de um filho autista, aceita o convite do seu amigo Greg para um passeio relaxante no iate dele com mais quatro amigos. O título leva-nos a crer que a história é sobre o Triângulo das Bermudas, a acção passa-se efectivamente na Flórida e o veleiro de Greg chama-se Triangle, mas nunca é dito claramente se estão em águas do Triângulo ou não. E talvez não estejam, muito embora…
Levantam âncora num sábado de sol e bom tempo. Tudo corre bem até que abruptamente o vento pára de soprar enquanto nuvens de tempestade se formam à frente deles. Antes que possam descer a vela já estão no meio de ondas alterosas que viram o barco. Aqui pensamos que vai ser um filme sobre náufragos sobreviventes, mas…
Tão depressa como veio, a tempestade desaparece, e pouco depois os náufragos avistam um cruzeiro aproximar-se. Sobem a bordo e encontram um navio fantasma sem tripulação, aparentemente saído dos anos 30, embora em excelentes condições e com um buffet de fruta fresca como se estivesse à espera deles. Aqui pensamos que vai ser um filme sobre o navio fantasma, quando… Uma personagem encapuçada os começa a perseguir e matar. Não digo “matar um a um” porque a certa altura esta personagem misteriosa mata logo dois ou três em menos de um minuto, o que é estranho num filme de terror do género slasher. Mas será mesmo um slasher?
Jess é a última sobrevivente e consegue sobrepujar o atacante com um machado, mas, no momento em que está prestes a cair borda fora, este diz-lhe as estranhas palavras: “Tens de matá-los! Mata-os todos!”
Jess acaba por perceber que está presa num loop temporal e que a única maneira de se libertar dele é alterar a sequência de acontecimentos, mas será que vai conseguir?
A pergunta é pertinente, uma vez que o navio se chama Aeolus (Éolo, pai de Sísifo). Por enganar a Morte, Sísifo foi condenado a carregar um pedregulho até ao alto de uma montanha só para o ver rolar encosta abaixo outra vez… eternamente. Estará Jess reservada ao mesmo destino de pesadelo? E porquê ela? E eu até pergunto: e porquê eles?
“Triangle” é um filme sobre redenção e segundas oportunidades. É preciso ver o fim para compreender o princípio. Aliás, o filme está cheio de pequenas pistas que só se percebem ao segundo visionamento. Aconselho vivamente que se veja duas vezes.
14 em 20
domingo, 8 de junho de 2025
Orphan Black: Echoes (2023)
Num futuro próximo, Lucy acorda sem recordar nada do seu passado e depressa descobre que foi imprimida (por uma impressora) numa empresa que imprime órgãos humanos para transplante. Lucy foge mas é perseguida por forças que não a querem à solta porque ela é o resultado de uma experiência ilegal e sem ética. Tentando perceber quem a persegue, Lucy encontra outras "impressões" como ela, pessoas que não sabem que foram manufacturadas numa impressora.
"Orphan Black: Echoes" é baseada na série original "Orphan Black" (2013-2017), que eu não vi mas que teve boas críticas. Basicamente, é uma história de clones à procura de identidade própria.
Não quero contar mais nada porque este é daqueles enredos que vivem do suspense, mas vou adiantar isto: tal como em "Pet Sematary", quem é que, podendo, não traria de volta os entes queridos que morreram, seja de que forma for? "Orphan Black: Echoes" é uma série mediana, nada de espectacular, mas tem momentos em que aborda grandes conceitos filosóficos como este. Por muitas réplicas que sejam feitas da mesma pessoa, nenhuma é igual.
Não fiquei maravilhada, mas gostei da maneira com que o enredo me surpreendeu. No início pensava que ia ver uma coisa e afinal vi algo de diferente. Se calhar este efeito não teria acontecido se tivesse visto a série original, mas não faço ideia.
Mesmo assim, "Orphan Black: Echoes" foi cancelada embora acabe num cliffhanger. Não posso dizer que não percebo porque é que foi cancelada sem revelar mais sobre o enredo, mas, em suma, já era esgravatar demais no esgravatado. Também me pareceu que houve plot holes demasiado óbvios para considerar a série bem escrita. Vou dar apenas o exemplo que me aborreceu mais. Este é um mundo em que é possível imprimir órgãos. Existe um génio milionário (o vilão) que até patrocina a clonagem de seres humanos. A certa altura os "bons da fita" decidem fingir a morte de uma pessoa num carro incendiado colocando lá uma mandíbula da "pessoa" em causa, e o vilão nem sequer desconfia de que é um órgão imprimido? Eu penso que por esta altura já nem a polícia deveria confiar em registos dentários para provar um óbito. Achei mal escrito, e foi pena porque de resto a série tem muitas qualidades. Nada de extraordinário, mas interessante.
ESTA SÉRIE MERECE SER VISTA: 1 vez
PARA QUEM GOSTA DE: ficção científica, clones, thriller, suspense, filosofia
terça-feira, 3 de junho de 2025
Methgator (2023)
A única justificação para um filme mau é que nos faça rir e, confesso, este fez-me rir mais do que eu esperava. “Methgator” é a história de um jacaré que comeu um saco de anfetaminas e ficou doidinho.
Nos pântanos da Flórida, um traficante teve o azar de ser comido por um jacaré, que engoliu também a mochila cheia de produto. Viciado, a partir daqui o jacaré só quer droga, o que não significa que não coma também quem apanha pelo caminho. Mas há uma razão porque se chama speeds às anfetaminas: o jacaré está completamente speedado e, em vez de andar na sua forma característica e pachorrenta, agora ele galopa a todo o vapor assim que lhe dá o cheiro da anfa. Mais engraçado ainda, o jacaré começa a perder os dentes, sintoma deste tipo de droga. Dante, um enviado especial da DEA com ligações à terrinha na ilha pantanosa, é enviado ao local para investigar os traficantes e é envolvido no caso do jacaré speedado.
O enredo começa com lógica. Dante salienta que se um animal comer tanta quantidade de anfetaminas tem uma overdose e morre, mas todos lhe dizem que este é um jacaré muito especial, uma besta de 9 metros de comprimento. Aqui a lógica desaparece e entra a fantasia. O jacaré fica cada vez maior e mais forte à medida que come mais anfetaminas, a ponto de já não parecer um jacaré mas um crocodilo, maior do que a vida, e mais tarde ainda quase um Croczilla imune a balas e explosões.
O grande perigo é que o crocodilo encontre o super-laboratório que a polícia procura há muito tempo, o grande supermercado da droga da ilha, que, semelhante a “Breaking Bad”, está construído num subterrâneo. E claro que o super-crocodilo descobre o super-laboratório.
Apesar do enredo estapafúrdio, o filme vê-se bem e, pelo menos a mim, provocou algumas gargalhadas (mas admito que possa ter sido por ter imaginado Walter White vs Croczilla, e pobre crocodilo nesse caso). Aliás, tive muita pena do crocodilo. O bichinho só queria droga prá cabeça, quem é que o pode censurar?
Apesar dos péssimos efeitos especiais há uma cena um pouco perturbadora, quando o crocodilo come um traficante que já se julgava safo. E ainda dá para aprender alguma coisa, uma espécie de luta à chapada que parece ser típica da zona. Não é boxe, é mesmo chapada, e ganha quem puser o outro KO. Onde mais é que se podia aprender uma coisa destas?
12 em 20 (pelas gargalhadas)
segunda-feira, 2 de junho de 2025
“Lethes”, novo livro de D. D. Maio – BREVEMENTE!
LETHES
Sinopse
Reena dá o último passo em direcção ao abismo. Etha faria tudo para conseguir segui-la, se lhe fosse permitido. Duas mulheres tão opostas, ambas anseiam por beber das águas do esquecimento.
Mil anos antes
Um rapaz órfão cria três águias que salvou de um penhasco. Alvo de admiração pelo feito improvável, a sua lenda não termina aqui. Já homem maduro e mercador experiente, decide expandir o comércio às tribos bravias a norte do Antigo Império. Todos o consideram insensato mas nada demove a ambição de quem escalou falésias. Em terras pagãs, conhece uma jovem sacerdotisa caída em desgraça. O novo reino que emerge dos escombros do passado nunca mais será igual.
“Lethes”, um drama em Low Fantasy com grande componente sobrenatural, continua a série iniciada em "Nepenthos", "Miasma", "Solstício" e "Elysion".
domingo, 1 de junho de 2025
The Outsider (2020)
O que parecia ser um crime de pedofilia... não é o que parece.
Como já disse aqui muitas vezes, gosto de ver filmes e séries sem saber nada sobre eles. Comecei a ver "The Outsider" e pensei: "Olha, parece uma história de Stephen King." Imaginem a minha surpresa quando, nos créditos, apareceu "baseado num romance de Stephen King". Estou a ficar uma perita em Stephen King.
Não posso dizer muito sobre a história por causa dos spoilers, mas é sobre o Papão. E também não revelei nada porque todas as histórias de terror são sobre o Papão, como o próprio autor nos ensinou. O enredo desenrola-se mais como um policial (muitas impressões digitais, muito ADN, muitas entrevistas a suspeitos) do que como um filme de terror. Não há aqui criaturas assustadoras nem grandes efeitos especiais, é tudo muito contido.
Às vezes foi difícil acompanhar a série porque tem demasiados personagens, o que é típico de Stephen King. Como estas personagens só lá estão para desempenhar um papel, sem serem desenvolvidas, ninguém quer saber delas para nada. Foi por isso que não percebi qual foi o atirador que matou um suspeito num momento crucial: não tive tempo de lhe conhecer a cara, muito menos o nome. Há outra passagem igualmente frustrante, quando morre a mãe da primeira vítima. Tive de fazer batota e ir à internet pesquisar o que é que aconteceu à mulher. Parece que teve um ataque cardíaco. O que eu vi foi a mulher a prantear e cair de joelhos no chão, como faz uma pessoa que pranteia, não vi ataque cardíaco nenhum. Esta perplexidade, e outras do género que se repetem durante a série, não me deixou apreciar o enredo sem voltar atrás e ver de novo. Aliás, só percebi tudo ao segundo visionamento.
Outro momento de grande perplexidade foi quando está um personagem na prisão e os outros reclusos querem fazer-lhe a folha porque é um "assassino de crianças", mas depois este personagem desaparece e voltamos à prisão com outro personagem que caiu ali de pára-quedas e que eu julguei um membro do gangue que queria fazer a folha ao primeiro, mas afinal não tinha nada a ver com a cena anterior e fiquei muito confusa.
Noutra passagem, e isto vai soar um bocadinho cómico, a entidade malévola faz um escravo que vai a uma loja de ferragens e electricidade comprar candeeiros. Este escravo também tem de ir caçar veados para a entidade e deixa os veados e os candeeiros no meio da floresta. Confesso que este foi o momento de maior perplexidade de todos. Candeeiros no meio da floresta, sem estarem ligados a nada?!.. Tive de ver segunda vez para perceber que o escravo também estava a comprar geradores e gasóleo. Mas que raio de monstro tem medo do escuro? Só entendi isto no último episódio, e mesmo assim estou convencida de que o monstro podia ter arranjado sítio melhor onde morar.
Não faço ideia se eles estavam a seguir a estrutura do livro, mas se estavam deviam ter adaptado melhor. Foi por isso que em "Pet Sematary" tiveram de eliminar a mulher de Judd, que não estava ali a fazer nada. Stephen King, às vezes, não se lembra que as personagens só interessam se causarem impacto, e esta adaptação esqueceu-se de nos dar tempo de chegar a conhecê-las. Se é do livro ou da série, não faço ideia, mas às vezes não percebi exactamente o que estava a acontecer e como é que as personagens tinham chegado do ponto A ao ponto B.
Apesar disto tudo, "The Outsider" é uma boa série, melhor do que "It", e devo dizer que o final me recordou muito de "It" na versão adulta (isto é, com adultos em vez de miúdos). Confesso que não gostei de "It", mas "The Outsider" pareceu-me a versão melhorada, mais realista, muito mais credível do que "It". Recomendo.
ESTA SÉRIE MERECE SER VISTA: 2 vezes (quem perceber tudo à primeira tem os meus parabéns)
PARA QUEM GOSTA DE: Stephen King, terror, It, policial