terça-feira, 27 de março de 2007

"The Sin Eater"/"The Order" (2003)



"The Sin Eater" (também chamado "The Order") é um filme que pretende classificar-se na área do terror/fantástico mas mais não consegue que colar-se à temática do clássico "Exorcista" sem qualquer semelhança de efeito.
O tema poderia ser polémico se tivesse pernas para andar. Um ser mortal pode dar a absolvição, indispensável para entrar no reino dos céus segundo a igreja católica, mas sem a intervenção de Cristo. Esta heresia é nada mais nada menos do que substituir-se ao Salvador. E seria de facto polémico se tivesse as tais pernas, que não tem, e isto fosse muito bem explicadinho. Falta dizer como é que qualquer badameco desata por aí a comer pecados, dar absolvições e mandar as almas para o Céu. (Será talvez para a sequela, que Deus nos valha?...) De onde vem esse poder? Do Diabo? De Deus? Do homem? Eis algumas perguntas que a incipiente abordagem à filosofia teológica tentada durante o filme não consegue responder, e nem para tal se esforça.
Pelo entretenimento, e pelo sexo interessante entre o padre e a pupila (a recordar o nosso "Crime do Padre Amaro" mas menos trágico),

14 em 20.

sábado, 24 de março de 2007

Morte em sequência

Tenho uma vizinha que durante anos e anos sempre teve um cãozinho de companhia. Quando o último morreu, a minha mãe era da opinião que por ser de avançada idade a senhora não devia arranjar outro. Uma decisão racional porque pessoas de avançada idade podem morrer antes do animal. Mas a verdade é esta. Esta vizinha minha, se lhe olharem para a cara, não sabem que idade tem. Há trinta anos que a conheço igual. Tem uma daquelas caras, esculpidas em pedra, como John Wayne. Quando eu era bebé tinha medo dela, daquela cara, e daquela voz que parece sair das profundezas de uma gruta. A mulher já enterrou o marido, uma série de cães, e não passou mais de poucos meses até arranjar outro pequeno companheiro. Acho até que tirar o seu cãozinho à senhora é o mesmo que condená-la à morte.
Tem-me feito pensar naqueles casos em que, morrendo o marido, morre logo de seguida a mulher. Pode até parecer em perfeita saúde, mas perdendo esse seu elo à vida começa a definhar, como se quisesse morrer também, e como se morresse por vontade própria.
O que os mata é a falta de motivo para viver. Tira-se o motivo, mata-se a pessoa. Interessante, não é?


Em tribos primitivas, bastava ao shaman, ou feiticeiro da tribo, apontar um osso à vítima, entoando cânticos de morte, e esta morria em poucos dias. Não que exista realmente uma "morte por vudu", mas porque a vítima, por sugestão, se convencia de que estava destinada a morrer. Sendo assim, deixava de comer e beber, sentava-se a um canto e morria mesmo.

Sim, é possível morrer porque se quer. Morrer por vontade. Haverá antidepressivo contra o osso do feiticeiro? É o mesmo que perguntar se há comprimido que cure a fé. Mas essa é outra história.

sexta-feira, 23 de março de 2007

O estado da elite intelectual e bem pensante

Na sequência da evidência de lacunas no currículo de José Sócrates (nomeadamente o seu grau de licenciatura) que tem sido demonstrada desde há tempo no Portugal Profundo (essa sim, uma investigação notável), o Público de 22 de Março publicou finalmente um trabalho jornalístico que pretendia o seu esclarecimento.
Se fosse outro país era estranho que só tanto tempo depois dos rumores algum jornal pegasse nisto, mas aqui nada espanta. É dado adquirido que o país não só desvaloriza a mentira como a premeia, e isso já disse neste blog até à exaustão neste últimos três anos e nem vale a pena dizê-lo de novo.
A mim o que me chocou profundamente no editorial do Público, apenso à notícia, foram estas palavras:
E, entre os seis membros da direcção do PÚBLICO, só um completou a licenciatura, e não é o director.

A inversão de valores é de tal ordem que esta gente parece ter orgulho em não ser licenciada. O que devia ser uma excepção, um indíviduo de grande capacidade intelectual chegar, sem estudos superiores, a cargos de grande responsabilidade, devido ao seu mérito excepcional (sublinho a palavra excepcional), parece ser a norma, norma essa de que a elite que dirige o Público se orgulha.
É também esta a elite que nos governa. Uma elite que despreza a Educação, que caga nela, que se gaba de não a ter.
O que nos leva a outra questão, ainda mais importante: se a Educação em Portugal não serve para aprender, serve para quê?

O que me leva à competência do primeiro ministro. Há quem não ponha em dúvida a sua competência, dando exemplos de outros não licenciados bem sucedidos em cargos de responsabilidade, mas sim o seu carácter, a sua vaidade, em bom português, a sua cagança saloia de querer ser "sr. dr." quando não o é.
A mim, parece-me que a falta de educação superior põe em causa também a competência do profissional, a começar pela gente que dirige o Público. Se os directores do jornal da elite intelectual bem pensante não valorizam um curso superior, quem o fará? E porque não o faz? Porque a Educação em Portugal não presta e um curso superior não ensina? Muito bem, que a elite intelectual e bem pensante tenha a iniciativa de o denunciar. É para isso que serve o jornalismo. Mas esta gente não sabe, e não sabe porque, suspeito, não esteve na faculdade tempo suficiente para o aprender, se é que por lá andou (são eles os próprios que o dizem).

Num outro país, um caso de um indíviduo excepcional não licenciado chegar a cargos de responsabilidade não seria grave por ser uma excepção. Em Portugal, a excepção tornou-se a regra. Isso é que é grave, a crescente desvalorização dada à educação.
Com uma elite destas a reger o país, quem é que se admira que os licenciados sejam na prática preteridos em relação às pessoas com o 12º ano? Certamente que ninguém gosta de ter como subordinado alguém com mais qualificações. Cagança oblige. Nem é de surpreender que universidades polulem como cogumelos a ministrar cursos aos que tem notas para ingressar e a vender cursos aos que não têm. O denominador comum destes cursos é a total falta de qualidade, por isso põe-se a questão do que vale realmente um curso superior em Portugal? E se tirarmos os cursos de vertente científica, em que não há critérios de avaliação subjectivos, o que valem lá fora? Nada.
Como tenho dito muitas vezes, só há um cancro pior do que a educação em Portugal, que é a Justiça. Se a Justiça funcionasse, um aluno ludibriado poderia pôr essa faculdade em tribunal e processá-la. Como tal não acontece, a impunidade continua. A Educação é para os ricos, lá fora.

quinta-feira, 22 de março de 2007

Pergunta filosófica?

Quando é que acabam os dias de acordar?

quarta-feira, 21 de março de 2007

Ter e não ter

Cheguei à conclusão de que há certas alturas na vida para ter certas coisas, brinquedos que têm uma época própria e cuja falta no momento crucial é impossível de compensar. Os baloiços são também para adultos mas apenas uma criança pode usufruir a loucura de um baloiço como quem descobre que sabe voar.
Ter não é mais importante do que ser (ao contrário do que este mundo de imagem nos tenta fazer acreditar) mas não ter a coisa certa no momento certo é uma perda irreparável. Há um momento certo para ser embalado ao colo da mãe, há um momento certo para dar os primeiros passos, para descobrir o mistério de ter o primeiro amigo, há um tempo certo para amar, e só um momento certo para morrer.
A falta, ou a perda, deste tempo, pode transformar um ser num outro ser completamente diferente. Quem seríamos nós se não nos tivessem faltado os "teres" que formam os "seres"? Seríamos todos iguais? Será de propósito que uns não podem ter o que precisam para descobrirem o seu destino, a sua única e irrepetível direcção?
Continuo a sentar-me, de olhos fechados, no silêncio, a lembrar-me do que é realmente importante. Outras vezes desfaleço e escondo-me e ouço música triste e bebo o suficiente para desatar as lágrimas.
Nesses momentos em que me sinto absolutamente sozinha com o universo, ele devolve-me a maior paz do mundo.

sexta-feira, 9 de março de 2007

União Zoófila

A União Zoófila é uma instituição de protecção e ajuda a animais abandonados na cidade de Lisboa que alberga dezenas de cães e gatos a quem os donos rejeitaram.
"A União Zoófila não recebe qualquer ajuda do estado ou de outro organismo público. Vive do pagamento das quotas dos seus sócios e dos donativos feitos pelas pessoas que mais sensiveis estão à causa dos animais."

Para quem não pode adoptar um animal da União Zoófila, informo que a quota de sócio custa apenas 21 euros por ano com uma jóia (pagamento único no acto da associação) de 3 euros. Queria ainda destacar a possibilidade de apadrinhar um animal, no caso dos gatos por apenas 8 euros por mês, no caso dos cães por apenas 13 euros por mês. Também há possibilidade de acolher temporariamente um animal necessitado de cuidados, sendo uma Família de Acolhimento Temporário (FAT).
A União Zoófila não precisa só de donativos, pode-se contribuir com géneros. Neste momento:

Aqui deixamos uma lista de coisas que a nossa associação necessita:

* 1 máquina de secar roupa
* Comida seca e de latas para cães
* Coleiras desparasitadoras
* 2 leitores de Microship
* Coleiras
* Medicamentos/ Materiais em geral
* Detergentes
* Areia para gatos
* Casotas ( plástico ) e camas para cães
* Camas para gatos


Aqui fica uma lista dos medicamentos e materiais que a UZ necessita:


Agulhas (canhão verde ou amarelo)
Alopurinol 300 (comprimidos)

Alsir (comprimidos)
Atarax (comprimidos)
Bacitricina (pomada)
Bissolvon (comprimidos)
Baytril (injectável 2,5)
Clamoxil LA (injectável)
Nizale (comprimidos)
Preventic (coleiras)
Primperan (comprimidos ,mais injectável)
Seringas 2,5 cm3
Seringas 5 cm3
Synulox (injectável)
Solumedrol 40 (injéctavel)
Soros
Tinsel (comprimidos)
Tinset (comprimidos)
Ulcermin (comprimidos ,mais injectável)


Deixamos aqui um apelo a todas as pessoas que tenham possibilidade de doar alguma(s) das coisas que aqui se encontram que se dirijam ao nosso albergue. Estamos no Alto do Bairro das Furnas em S. Domingos de Benfica e estamos abertos das 14h às 17h00 todos os dias.




Toda a ajuda é necessária e mesmo assim não é possível salvar todos os animais, e os que não são salvos acabam abatidos em condições demasiado desumanas para relatar, no Canil municipal de Lisboa.

Fica aqui o apelo para as pessoas que gostam de animais se tornarem sócios ou padrinhos de um animal da União Zoófila. Custa tão pouco!

O canil/gatil encontra-se em Lisboa na Rua Padre Carlos dos Santos em S. Domingos Benfica (por detrás da Igreja Furnas). Toda a informação pode ser encontrada no site União Zoófila: http://www.uniaozoofila.org/.

Eu sou sócia! Houve um ano em que não pude pagar a quota por estar desempregada. Assim que pude, paguei a quota dos dois anos, com atraso. Quero dizer com isto que uma pequena ajuda é melhor do que ajuda nenhuma, por isso, ajudem!

Obrigada.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Na mouche

Aquele Paulo Portas consegue convencer-me de quase tudo, até votar em D. João II. Mas não vou gastar os 60 cêntimos.
O que é preciso é homens de mérito e visão que comandem este país. E já era altura de as pessoas darem valor ao que tem valor em vez de votarem em medíocres que parecem "simplex" e muito fixes mas que forçamente lhes tornarão a vida miserável.


Garanto aos leitores que não sou vidente. Apeteceu-me começar a fazer campanha pelo regresso de Paulo Portas. Et voilá!



"o engenheiro José Sócrates não é o único português determinado".

"Comigo, terá uma oposição determinada"


É assim mesmo!

Liderança

Aquele Paulo Portas consegue convencer-me de quase tudo, até votar em D. João II. Mas não vou gastar os 60 cêntimos.
O que é preciso é homens de mérito e visão que comandem este país. E já era altura de as pessoas darem valor ao que tem valor em vez de votarem em medíocres que parecem "simplex" e muito fixes mas que forçamente lhes tornarão a vida miserável.